quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Cordel

Tem assunto mais gostoso do que esse?

O cordel, certamente, é uma das expressões literárias mais ricas e genuínas (mesmo tendo origem em outros países) do Brasil, porque retrata o imaginário brasileiro, a realidade do sertão e do nordestino, é bem humorado, é sentimental, divertido, é vivo!

No encontro do dia 20/11, produzimos um cordel. Não, não foi só o poema! Desenhamos, fizemos a xilogravura, nos superamos! Foi uma experiência diferente, nunca havia feito algo assim.
Nos dividimos em dois grupos, sendo que o meu era composto por mim, Régia e Jujú. Esta última colega nos contou a história de uma de suas primas, uma senhora solteira que sonhava em se casar, mas nunca achou o homem certo. Essa história nos serviu de inspiração para criarmos o nosso singelo e humilde cordel, que eu espero que seja do seu agrado.

Ai meu Deus, quem diria
Que algum dia me casaria
Não encontrei um príncipe encantado
Mas sim um burro empacado
Agora não sei o que faço
Para me livrar desse abestado

Se acaso alguém souber
De alguém que se interesse
Por pessoa sem grande beleza
Com sorriso desdentado
Cabelo mal ajambrado
Um olho furado e nenhuma riqueza

Dinheiro é o que mais lhe falta
Boa educação também não tem
Nunca vi homem tão feio
E sem caráter como ninguém

Dizem que o amor é cego
Hoje reconheço e não nego
Como pude gamar
Em alguém que nada me dá

Quem quiser, leve esse traste consigo
Pois eu já não me importo e nem ligo
Mas adianto que não aceito devolução
É melhor ficar sozinha
Do que puxando um burro pela mão!


PS: Tenho que agradecer imensamente a Jujú, pois o talento dela para as artes plásticas fez toda a diferença na nossa xilogravura!!!!

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